domingo, 7 de novembro de 2010

dia de um número igual de horas

de uma tarde de sono e chá de hortelã

de um grito lá fora por um gol de futebol

um dia mais alongado que outros

por conta de um nada a fazer

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Dia dos Mortos sem tristezas

Dia dos mortos sem tristezas
:: Adília Belotti ::


Que tal celebrar a morte com flores e muita festa? Se isso para nós parece estranho, no México, ao contrário, ninguém fica triste no Dia de Finados. Os mexicanos brincam com a morte e transformam todos os símbolos tradicionalmente associados com ela em motivo de riso e diversão.

Notícias de uma festa assombrosa
E a festa começa, é claro, com a comida. De todas as iguarias que são preparadas especialmente para a ocasião, a mais apreciada são pequenas caveiras sorridentes feitas de açúcar ou de chocolate, decoradas com lantejoulas e marcadas com o nome dos parentes falecidos de cada família. Aliás, as caveiras estão por toda a parte, exibindo seus enormes sorrisos e sombreros enfeitados com flores e plumas.

Nos povoados, o povo dança e canta nas ruas, e nas cidades a festa é transferida para os cemitérios mesmo. É onde os amigos se encontram para passar o dia comendo, bebendo e cantando em homenagem aos seus muertitos. A alegria e irreverência, no entanto, não tiram o caráter religioso do Dia de Muertos.

Em poucos lugares do mundo se pode viver um espetáculo parecido ao que acontece durante as grande festas religiosas do México, afirma o escritor Otávio Paz, em seu livro Labirinto da Solidão.

E o Dia de Muertos é, sem dúvida, a maior celebração religiosa desse povo festeiro.

(...)

As manifestações populares que acontecem nos dias 1 e 2 de novembro são o resultado de uma forma de sincretismo que mistura elementos do catolicismo popular com rituais antiqüíssimos, típicos dos povos que habitavam o México milênios antes da chegada dos espanhóis: os olmecas, os teotihuacanos, os maias, os zapotecas, os mixtecos, os toltecas e os mexicas.

Visões do paraíso
Os mexicanos da época pré-hispânica se consideravam imortais. Para eles, a morte era apenas um jeito diferente de viver.
Os antigos diziam que os homens, quando morriam, não desapareciam, mas começavam a viver de novo, como se despertassem de um sonho, transformados em espíritos ou em deuses, conta o historiador Bernardino de Sahagun, no clássico História Geral das coisas da Nova Espanha.

Esses espíritos imortais habitavam um mundo paralelo ao dos vivos e, em muitos aspectos, semelhante a ele.

Entrando no mundo dos mortos
A noção de que existe um mundo do outro lado, reservado para os mortos é compartilhada por quase todas as tradições religiosas. De modo geral, pegar o melhor ou o pior lugar é uma questão de mérito e das boas ações que praticamos em vida.

O que torna tão original o pensamento dos antigos povos mexicanos, é que essa escolha está relacionada com a causa física da morte de cada um. Daí existirem nesse mundo espiritual vários paraísos. Um deles, por exemplo, correspondia ao deus Tláloc e chamava-se Tlalocan. Ali eram recebidos os que morriam afogados ou por qualquer outra razão que envolvesse água. Contava-se que havia muitas árvores e alimento abundante para a alegria de seus habitantes.

É claro que sempre existem os casos em que a causa da morte refletia a vida. Os guerreiros, por exemplo, iam para um lugar especial, assim como os prisioneiros de guerra, que costumavam ser oferecidos em sacrifício para alimentar com seu sangue o deus-sol Tonatiuh. Essa distinção também era reservada às mulheres que morriam de parto, chamadas cihuateteos.

Quem morresse de causas naturais tinha lugar reservado em Mictlán, o reino de Mictlanteculi e Mictlancihualt, senhor e senhora dos mortos. Contava-se que, quando o sol se punha na terra, nascia em Mictlán. Estava longe de ser um local de castigo, mas o caminho até lá era cheio de perigos. Rios profundos, altíssimas montanhas e animais selvagens aguardavam os viajantes. Para que pudessem vencer tantos obstáculos, as pessoas eram enterradas com facas de obsidiana, oferendas e comida e bebida para a viagem.

Na cuidadosa construção do mundo depois da vida, os antigos povos mexicanos não esqueceram nem mesmo de reservar um lugarzinho especial para as crianças. Os mortos-crianças iam para Chichihualcuahtli, onde o leite para alimentar os pequenos escorria das árvores. Esse cuidado típico de mãe parecia natural para esses povos, que acreditavam que gerar a vida e tirá-la eram dois atributos do feminino e, de fato, muitas deusas-mães povoavam seu universo espiritual.

A Mãe-Morte
A representação da morte no México é sorridente, ensina o escritor Fernando Salazar Bañol, chama-se Coatlicue, ou Mãe-Morte e também é conhecida como a deusa da terra. É ela que gera todas as coisas e também as devora. Essa idéia nasce da observação dos ciclos da Natureza, onde tudo está sempre nascendo, morrendo e renascendo.

Cecílio A. Robelo, em seu Diccionario Náhuatl conta que a Lua enviou um recado aos homens por intermédio de uma lebre: Assim como eu morro e renasço todos os dias, vocês também vão morrer para renascer depois.
Por isso, até hoje, os mexicanos se sentem à vontade para brincar com ela.

A morte não tem nada de terrível. No México, ela é feita de açúcar e distribuída para as crianças, conclui Fernando Salazar.

A hora da festa
Essa familiaridade está tão arraigada na alma mexicana que, ainda hoje, existe uma idéia muito forte de que os mortos têm licença para visitar seus parentes do mundo dos vivos, na época de Finados. No dia primeiro, Dia de Todos os Santos, também chamado Dia dos Santos Inocentes, os visitantes são os mortos-crianças. Os mortos adultos só aparecem no dia seguinte.



Para recebê-los, as casas são enfeitadas com cempasúchitl, uma flor amarela, típica do Dia de los Muertos. No lugar mais importante da casa, um altar é preparado em três andares, simbolizando a Santíssima Trindade, ou o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Nele, além da figura do santo da devoção da família e de imagens de Jesus Cristo, colocam-se fotos, água, frutas e os pratos de comida favoritos do ancestral que se quer honrar.

O banquete é preparado com um cuidado respeitoso. Não podem faltar receitas mexicanas tradicionais, como a calabaza de tacha, um doce de abóbora feito com açúcar e canela, o famoso pan de muertos, uma torta com decorações que imitam ossos e as caveiras de açúcar, que as crianças adoram.

O altar é todo enfeitado com papel picado de cor preta, símbolo do luto cristão e laranja, a cor do luto azteca. E, por toda parte, velas, muitas velas para ajudar os espíritos a encontrarem seu lugar.


Tudo tem que estar pronto até dia 31 de outubro, à meia-noite. A família reza junta e, em seguida, convida os ancestrais a participarem da festa. As velas são acesas e o ambiente é purificado, queimando-se uma resina aromática, o copal. Ninguém toca na comida. Os mortos devem ser os primeiros a se servir. Apenas no dia seguinte os vivos voltam para se reunir aos parentes falecidos e, juntos, saborearem o banquete. É hora de comer e beber ao som da música favorita dos que já partiram.

O ritual se repete no dia 2, para os mortos adultos. Hoje, nas cidades, em vez de fazer uma festa em casa, as pessoas preferem levar a refeição para os cemitérios, onde passam o dia lavando os túmulos e decorando-os com muitas flores. Lá eles rezam, choram, cantam e, eventualmente, se embriagam, porque, afinal a morte é um fenômeno inseparável da vida. E, para os mexicanos, a melhor forma de enfrentá-la, é rir e brincar com ela.


Para navegar
José Guadalupe Posada (1852-1913) foi um apaixonado pela festa do Dia de los Muertos. A um ponto que suas imagens ficaram para sempre associadas a este dia, nos olhos e no coração dos mexicanos. São dele as caveiras risonhas com sombreros, andando de bicicleta, dançando ao som das músicas dos vivos...
Fotos belíssimas do Dia de Muertos no site-galeria da fotógrafa Mary J. Andrade.
Neste site, o chef Arturo Herrera fala da história e dos símbolos associados à comida e ás refeições, no México. Vale uma visita!


Adília Belotti é jornalista e mãe de quatro filhos. É editora responsável pelo Delas, o site feminino do portal IG, onde tem uma coluna chamada Fifties. Além disso, cuida do IgEducação e de um site de cultura multimídia, o Arte Digital e também é colunista do Somos Todos UM.
Em 2006 lançou seu primeiro livro: Toques da Alma, clique e confira.
Email: belotti@ig.com

sábado, 25 de setembro de 2010

Livro: A Deliberação Pública - de Ângela Cristina Salgueiro Marques


Este livro cumpre o papel de apresentar ao leitor brasileiro o tema da deliberação pública.

A proposta é se tornar referência para a investigação sobre como a formação de uma esfera pública de discussão ampliada pode contribuir para a construção de um sistema democrático marcado pela aproximação entre instâncias formais do governo e espaços informais de discussão entre os cidadãos.

Também se pretende o melhor entendimento sobre a abordagem dos conflitos políticos e sociais travados nas sociedades contemporâneas.

Nesse sentido, a iniciativa de Ângela Cristina Salgueiro Marques de organizar e traduzir os textos que compõem este livro surgiu de duas principais constatações: a primeira diz respeito ao aumento dos estudos acadêmicos ligados à deliberação pública; a outra se refere ao fato de que grande parte da literatura sobre o assunto não foi traduzida para o português, o que dificulta o acesso às informações sobre o universo aqui explorado.

sábado, 18 de setembro de 2010







Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses (isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores). Este sofrimento vem do orgulho.

Ma
fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.

Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.

Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles, etc; e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.

Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.

Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou do ódio.

Fonte: http://www.dharmanet.com.br

sábado, 11 de setembro de 2010

As Cidades Invisíveis de Calvino nas telas de Lutero Proscholdt

As cidades e olhos Sofrônia_08 - Cidades Invisíveis - Italo Calvino



Pintura Acrílica em Tela 60x50cm
LTR_CI_08_09


A cidade de Sofrônia não podia ser mais simples nem mais fantástica (nem alguém que a imagine pode ser menos sutil): A cidade de Sofrônia é composta de duas meias cidades, uma é um parque de diversões, a outra é composta de bancos, escolas, oficinas – é feita de mármore. Uma das meiascidades é fixa, a outra é provisória. Você sabe, todos os anos pedreiros e habitantes musculosos trabalham para desmontar o mármore e levar meia cidade. O carrossel e a montanha-russa que fazem parte da meia cidade fixa ficam contando “quantos meses, quantos dias se deverão esperar até que a caravana retorne e a vida inteira recomece”.

Confiram mais no blog de Lutero Proscholdt !

domingo, 29 de agosto de 2010









... o chá ficou esperando
o tempo esfriar pensamentos
o tempo deixar apenas o sabor.


C.2010

domingo, 16 de maio de 2010

domingo, 21 de março de 2010

Drummond no domingo

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

http://www.casadobruxo.com.br/poesia/c/carlos.htm

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Macarrão Expresso

Ingredientes
- 1 e meia xícara (chá) de maionese
- 1 colher (chá) de alho picado
- 1 pimenta dedo-de-moça picadinha
- 1 cebola picadinha
- 2 tomates sem sementes picados
- 1 colher (sopa) de ervas finas desidratadas (salsa,
alecrim, estragão)
- 2 colheres (sopa) de cheiro verde picado (salsa e
cebolinha)
- suco de meio limão
- 2 colheres (sopa) de azeite
- sal e pimenta-do-reino moída a gosto
- 500 g de penne cozido al dente
- 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado (ou 200 g de
mussarela ralada no ralo grosso)


Modo de Preparo

1- Numa tigela coloque 1 xícara e meia (chá) de maionese, 1 colher (chá) de alho picado, 1 pimenta dedo-de-moça picadinha, 1 cebola picadinha, 2 tomates sem sementes picados, 1 colher (sopa) de ervas finas desidratadas (salsa, alecrim, estragão), 2 colheres (sopa) de cheiro verde picado (salsa e cebolinha), suco de meio limão, 2 colheres (sopa) de azeite, sal e pimenta-do-reino moída a gosto e misture bem. Acrescente 500 g de penne cozido al dente e misture muito bem. Sirva neste momento ou
2- Transfira esta mistura para uma fôrma refratária (35 cm X 24 cm)untada com manteiga, polvilhe 1 xícara (chá) de queijo parmesão ralado (ou 200 g de mussarela ralada no ralo grosso) e leve ao forno pré-aquecido a 180 C por mais ou menos 15 minutos. Sirva em seguida.
RENDIMENTO: 4 porções CUSTO TOTAL DA RECEITA: R$ 12,00 reais

domingo, 31 de janeiro de 2010

A pipoca




A pipoca

Rubem Alves


A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras do que com as panelas.

Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-me a algo que poderia ter o nome de "culinária literária". Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos.

Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A Festa de Babette que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como chef. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo — porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas.

Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu.

A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível.

A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela. Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem.

Para os cristãos, religiosos são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas.

Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblé baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblé...

A pipoca é um milho mirrado, subdesenvolvido.

Fosse eu agricultor ignorante, e se no meio dos meus milhos graúdos aparecessem aquelas espigas nanicas, eu ficaria bravo e trataria de me livrar delas. Pois o fato é que, sob o ponto de vista de tamanho, os milhos da pipoca não podem competir com os milhos normais. Não sei como isso aconteceu, mas o fato é que houve alguém que teve a idéia de debulhar as espigas e colocá-las numa panela sobre o fogo, esperando que assim os grãos amolecessem e pudessem ser comidos.

Havendo fracassado a experiência com água, tentou a gordura. O que aconteceu, ninguém jamais poderia ter imaginado.

Repentinamente os grãos começaram a estourar, saltavam da panela com uma enorme barulheira. Mas o extraordinário era o que acontecia com eles: os grãos duros quebra-dentes se transformavam em flores brancas e macias que até as crianças podiam comer. O estouro das pipocas se transformou, então, de uma simples operação culinária, em uma festa, brincadeira, molecagem, para os risos de todos, especialmente as crianças. É muito divertido ver o estouro das pipocas!

E o que é que isso tem a ver com o Candomblé? É que a transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação porque devem passar os homens para que eles venham a ser o que devem ser. O milho da pipoca não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro. O milho da pipoca somos nós: duros, quebra-dentes, impróprios para comer, pelo poder do fogo podemos, repentinamente, nos transformar em outra coisa — voltar a ser crianças! Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo.

Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho de pipoca, para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice e dureza assombrosa. Só que elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser.

Mas, de repente, vem o fogo. O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos. Dor. Pode ser fogo de fora: perder um amor, perder um filho, ficar doente, perder um emprego, ficar pobre. Pode ser fogo de dentro. Pânico, medo, ansiedade, depressão — sofrimentos cujas causas ignoramos.Há sempre o recurso aos remédios. Apagar o fogo. Sem fogo o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer. De dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não pode imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz. Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: PUF!! — e ela aparece como outra coisa, completamente diferente, que ela mesma nunca havia sonhado. É a lagarta rastejante e feia que surge do casulo como borboleta voante.

Na simbologia cristã o milagre do milho de pipoca está representado pela morte e ressurreição de Cristo: a ressurreição é o estouro do milho de pipoca. É preciso deixar de ser de um jeito para ser de outro.

"Morre e transforma-te!" — dizia Goethe.

Em Minas, todo mundo sabe o que é piruá. Falando sobre os piruás com os paulistas, descobri que eles ignoram o que seja. Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente. Cheguei a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua. Piruá é o milho de pipoca que se recusa a estourar.

Meu amigo William, extraordinário professor pesquisador da Unicamp, especializou-se em milhos, e desvendou cientificamente o assombro do estouro da pipoca. Com certeza ele tem uma explicação científica para os piruás. Mas, no mundo da poesia, as explicações científicas não valem.

Por exemplo: em Minas "piruá" é o nome que se dá às mulheres que não conseguiram casar. Minha prima, passada dos quarenta, lamentava: "Fiquei piruá!" Mas acho que o poder metafórico dos piruás é maior.

Piruás são aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente, se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem.

Ignoram o dito de Jesus: "Quem preservar a sua vida perdê-la-á".A sua presunção e o seu medo são a dura casca do milho que não estoura. O destino delas é triste. Vão ficar duras a vida inteira. Não vão se transformar na flor branca macia. Não vão dar alegria para ninguém. Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo a panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

Quanto às pipocas que estouraram, são adultos que voltaram a ser crianças e que sabem que a vida é uma grande brincadeira...

"Nunca imaginei que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu".

O texto acima foi extraído do jornal "Correio Popular", de Campinas (SP), onde o escritor mantém coluna bissemanal.

sábado, 30 de janeiro de 2010

sábado, 9 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

The Charlie Brown gang breaking it down to the beat of Hey Ya.

... menina direitinha...



Emilinha Borba canta "Menina Direitinha", número musical do filme "Entrei de Gaiato" (dir: J.B. Tanko / 1959).

Menina direitinha que pensa no futuro,
Não chega tarde em casa,
Nem namora no escuro...

Não anda em garupa de lambreta
Sem ordem da mamãe ela não sai
Ai ai ai menina, cuidado pra você não dar desgosto pro papai, menina...

domingo, 3 de janeiro de 2010

sábado, 2 de janeiro de 2010

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Delícia!!!

Torta de Palmito

Massa:
2 xícaras (chá) de farinha de trigo
2 gemas
1 pitada de sal
200 gr. manteiga ou margarina

Recheio:
2 latas de tomates pelados (aqueles inteiros em lata e sem
pele, ou então tomates bem maduros)
1 cebola
3 colheres (sopa) de extrato de tomates
2 colheres (sopa ) de manjericão(pode ser desidratado)
1 colher (sopa) de farinha de trigo
1 xícara (chá) de leite
1 lata de creme de leite
1 vidro de palmito picado ( 300 gr.)
Azeite ou manteiga o suficiente
Temperos à gosto

COBERTURA:
3 ovos inteiros
50 gr. de queijo parmesão ralado
100 gr. de mozarella ralada
1 caixa de creme de leite

Modo de Preparo

PREPARO:
Junte os ingredientes da massa e sove bem até ficar homogênea.
Forre com a massa um refratário.
Junte o azeite ou manteiga com a cebola os tomates, o manjericão
e os temperos para fazer o refogado.
Junte o palmito e engrosse com a farinha diluída no leite.
Desligue o fogo e junte o creme de leite.
Cubra a massa com o recheio e polvilhe com a mozarella ralada.
Bata os ovos, junte o queijo parmesão e o creme de leite e jogue
por cima da mozarella.
Asse em 200º por +- 45 min.

Fonte:Mais Você

domingo, 13 de dezembro de 2009

Dica da Águida

MISSO

Na tradição japonesa, misso é sinônimo de saúde e longevidade. Por ser fermentado longamente (no mínimo um ano, diz a receita clássica) tem uma grande quantidade de enzimas que contribuem decisivamente para a digestão da comida e eliminação dos resíduos. Limpa os pulmões e protege contra intoxicação por metais pesados e radiação atômica. Acrescenta energia yang ao organismo: calor, concentração, atividade.

Costuma ser feito com a soja, abundante no Japão bem como em toda a Ásia, mas fica igualmente bom com qualquer outro tipo de feijão, inclusive ervilha, lentilha e grão-de-bico. O fermento utilizado é o koji, produzido a partir de um cereal, geralmente arroz, inoculado com o fungo Aspergillus oryzae. As misturas variam em qualidade e quantidade, produzindo diferentes tipos de misso: muito escuro e forte, vermelho, clarinho bem suave, doce. Todos são benéficos.

Fazer o misso dá trabalho e exige paciência, por isso a maioria se contenta em comprar o misso pronto. As marcas comerciais raramente respeitam o tempo de fermentação; é uma sorte encontrar misso produzido artesanalmente.

sopa de misso
Um caldinho quente, revigorante, que prepara o estômago para receber a comida: sopa de misso, ou missoshiro. A receita pode variar da mais simples à mais elaborada. O que não varia nunca é o modo de usar: primeiro dissolver o missô num pouco do caldo, ou da água, para acrescentar à sopa já na hora de servir. O misso não deve ser fervido, para não perder suas preciosas enzimas. Medida: uma colher de chá, cheia, por pessoa.

receita básica
Água bem quente, missô e cebolinha verde picada. Pode incluir um punhadinho de brotos de feijão, acelga cortada bem fininha ou qualquer outra folha. O misso é muito yang e precisa de um complemento yin como as folhas.

caldo de vegetais com misso
Junte vários vegetais com água numa panela, inclua alho, cebola, gengibre e ervas, deixe ferver uns 40 minutos, coe e guarde na geladeira. Quando for usar ferva uns 5 minutos para que ele recupere o calor, acrescente misso e cebolinha picada e sirva.

caldo de alga kombu com misso
Este é um concentrado de clorofila e sais minerais que recupera a saúde de todos os órgãos e tecidos. Para duas pessoas, coloque de molho um pedaço de +-10 cm de alga kombu em meio litro de água. Três horas depois a água estará com uma espécie de limo verde. Retire a alga, reserve para usar com outra comida, aqueça o caldo sem deixar ferver, acrescente o misso e sirva.

sopa tipo refeição completa
Ponha a água para ferver (250 ml por pessoa) e vá acrescentando alho, cebola, gengibre, ervas, algas picadas, raiz de bardana, cogumelos shiitake, repolho, sobras de arroz e até de feijão. No final do cozimento acrescente verdinhos como brócolis ou agrião, deixe ferver mais um minuto, apague o fogo e abafe.

molho de misso e tahine
Misture misso e tahine (pasta de gergelim) em partes iguais, acrescente água para dissolver até chegar ao ponto desejado, pingue gotinhas de limão e sirva por cima de vegetais crus ou cozidos

conserva de misso
Encha parcialmente com misso um vidro de boca larga e enterre nele pepino, nabo daikon, cenoura, raiz-de-lótus fresca, rabanete. Guarde no armário durante alguns dias e depois vá desenterrando a conserva para usar na salada.

http://www.nippobrasil.com.br/zz_historia/culinaria/275.shtml

O sábado foi ontem

F

Fiquei corrigindo provas e provas e provas!

sábado, 24 de outubro de 2009

You Are Not Alone

Você não está só



Another day has goneMais um dia se passou
I'm still all alone Eu continuo sozinho
How could this be? Como pode ser?
You're not here with me Você não está aqui comigo
You never said good-bye Você nem se despediu
Someone tell me, why? Alguém me diga por que
Did you have to go? Você teve que partir?
And leave my world so cold? E deixar meu mundo tão frio?


Everyday I sit and ask myselfTodo dia eu sento e me pergunto
How did love slip away? Como o amor foi se esfriar
Something whispers in my ear and says: Alguma coisa sussurra no meu ouvido e diz:


That you are not aloneQue você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though you're far away Mesmo você estando distante
I am here to stay Eu estou aqui para ficar
You are not alone Você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though we're far apart Mesmo nós estando distantes
You're always in my heart Você sempre estará em meu coração
You are not alone... Você não está só...


Alone, aloneSó, só
Why? Alone! Porque? Só!


Just the other nightOutra noite
I thought I heard you cry Eu pensei ter ouvido seu choro
Asking me to come Pedindo para voltar
And hold you in my arms E te envolver nos meus braços
I can hear your prayers Eu posso ouvir suas preces
Your burdens I will bear Seus fardos eu carregarei
But first I need your hand Mas primeiro eu preciso da sua mão
Then forever can begin Então a eternidade pode ter início


Everyday I sit and ask myselfTodo dia eu sento e me pergunto
How did love slip away? Como o amor foi se esfriar
Something whispers in my ear and says: Alguma coisa sussurra no meu ouvido e diz:


But you are not aloneMas você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though you're far away Mesmo você estando distante
I am here to stay Eu estou aqui para ficar
You are not alone Você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though we're far apart Mesmo nós estando distantes
You're always in my heart Você sempre estará em meu coração
You are not alone... Você não está só...


Oh...whisper three words and I'll come runningOh... Sussurre três palavras e eu virei correndo
Fly...and girl you know that I'll be there Voe... E menina você sabe que eu estarei lá
I'll be there... Eu estarei lá...


But you are not aloneMas você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though you're far away Mesmo você estando distante
I am here to stay Eu estou aqui para ficar
You are not alone Você não está só
I am here with you Eu estou aqui com você
Though we're far apart Mesmo nós estando distantes
You're always in my heart Você sempre estará em meu coração
You are not alone... Você não está só...


But you are not aloneMas você não está só
(You are not alone) (Você não está só)
I am here with you Eu estou aqui com você
(I am here with you) (Eu estou aqui com você)
Though you're far away Mesmo você estando distante
(Though you're far away, you are near) (Mesmo você estando distante, você está perto)
I am here to stay Eu estou aqui para ficar
You are not alone Você não está só
(You are always in my heart) (Você está sempre em meu coração)
I am here with you Eu estou aqui com você
Though we're far apart Mesmo nós estando distantes
You're always in my heart Você sempre estará em meu coração
You are not alone... Você não está só...




http://www.youtube.com/watch?v=o8rYl6K2STc

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Till - Grupo Galpão

One Of Us Um De Nós - Joan Osborne

If God Had a Name What Would It Be?Se Deus tivesse um nome, qual seria?
And Would You Call It to His Face? E como seria seu rosto?
If You Were Faced With Him in All His Glory Se você encontrasse com ele e toda a sua glória
What Would You Ask If You Had Just One Question? O que você perguntaria, se você pudesse fazer apenas uma pergunta?


Yeah, Yeah, God Is GreatSim, sim, sim, Deus é maravilhoso
Yeah, Yeah, God Is Good Sim, sim, sim, Deus é bom
Yeah Yeah Yeah Yeah Yeah Sim, sim, sim, Sim


What If God Was One of Us?E se Deus fosse um de nós?
Just a Slob Like One of Us Apenas um desajeitado como nós
Just a Stranger On the Bus Apenas um estranho no ônibus
Trying to Make His Way Home Tentando voltar para casa?


If God Had a FaceSe Deus tivesse um rosto
What Would It Look Like? Com o que seria parecido?
And Would You Want to See E você gostaria de vê-lo
If Seeing Mean That You Would Have to Believe Se vendo significasse que você teria acreditar
In Things Like Heaven and Jesus and the Saints Em coisas, assim como, o Céu, Jesus e os santos
And All the Prophets E todos os profetas


Yeah Yeah God Is GreatSim, sim, sim, Deus é maravilhoso
Yeah Yeah God Is Good Sim, sim, sim, Deus é bom
Yeah Yeah Yeah Yeah Yeah Sim, sim, sim, Sim


What If God Was One of Us?E se Deus fosse um de nós?
Just a Slob Like One of Us Apenas um desajeitado como nós
Just a Stranger On the Bus Apenas um estranho no ônibus
Trying to Make His Way Home Tentando voltar para casa?
Just Trying to Make His Way Home
Back Up to Heaven All Alone
Nobody Call Him On the Phone
Cept For the Pope Maybe in Rome


Yeah Yeah God Is GreatApenas tentando do seu jeito voltar para casa
Yeah Yeah God Is Good Voltar para o céu sozinho
Yeah Yeah Yeah Yeah Ninguém chamando-o ao telefone

Exceto pelo Papa, talvez em Roma.


What If God Was One of Us?Sim, sim, sim, Deus é maravilhoso
Just a Slob Like One of Us Sim, sim, sim, Deus é bom
Just a Stranger On the Bus Sim, sim, sim, Sim
Trying to Make His Way Home
Like a Holly Rolling Stone
Back Up to Heaven All Alone
Just Trying to Make His Way Home
Nobody Call Him On the Phone
'cept For the Pope Maybe in Rome



E se Deus fosse um de nós?

Apenas um desajeitado como nós

Apenas um estranho no ônibus

Tentando voltar para casa?

Como um Holly Rolling Stone



Voltar para o céu sozinho

Apenas tentando do seu jeito voltar para casa

Ninguém chamando-o ao telefone










domingo, 13 de setembro de 2009

;;; Me encantava ...

"A Flor Cosmos" - Uma pobre menina órfã perde todos seus bens materiais para conseguir colher a linda flor "cosmos" para enfeitar os túmulos de seus pais. No final emocionante, a menina, nua por ter dado até suas roupas pra conseguir chegar ao seu destino, recebe uma chuva de flores, que a cpbre como um vestido. No céu, a imagem de seus pais é formada em agradecimento.

Coisa da infância

El Tango de Roxanne

Alfonsina y el Mar

sexta-feira, 31 de julho de 2009

domingo, 31 de maio de 2009